quarta-feira, 2 de junho de 2010

E essa tal DEMOCRACIA?

Confesso que ainda não tinha pensado sobre o assunto, afinal se fala tanto em democracia que a gente tem a impressão que conhece o significado da palavra e todas as suas possíveis utilizações…

Na aula de hoje, sobre Teoria Geral do Estado, a questão veio a baila sob forma de pesquisa e discussão do assunto, como consequência acabei por fazer a parte que me cabia e me surpreendi.

Olhando mais detidamente descobri que o conceito ou a idéia de democracia surgiu há mais de 2500 anos e o pior dessa descoberta foi ter a consciência de que ainda não aprendemos.

Com o passar dos anos, melhor dizendo dos séculos, a idéia que originalmente significava um governo feito do povo para o povo progediu mediante a impossibilidade de se ouvir a todos, passando a uma forma indireta de exercício, com a escolha de representantes que fossem responsáveis por fazer valer a nossa voz, então de Platão, passando por Aristóteles, Maquiavel e Rousseau - e tantos outros que a minha limitação ainda não me permitiu conhecer - percebi que a principal mudança ainda não foi entendida e para entendê-la precisamos ainda de mais alguns detalhes:

Toda forma de governo, em maior ou menor grau, se corrompe e ouso dizer que é só uma questão de necessidade, quer ver?

Independente de seu conceito de ética, de sua formação cultural e de sua formação de caráter, você há de convir que todos temos necessidades, temos também sentimentos, desenvolvemos um senso de proteção, nem que seja aos nossos próprios direitos e mediante essas características estamos TODOS sujeitos a corrupção ou você vai dizer que nunca se aproveitou de um conhecimento para ser atendido mais rapidamente? Vai dizer que nunca precisou pediu um FAVOR? Pode ser que você ainda não tenha encontrado um motivo que justificasse tal comportamento e talvez nunca encontre, mas não pode dizer que tal situação é impossível, concorda?

Trazendo essa questão para o governo e também para o exercício da democracia, tendemos a “puxar a brasa para a nossa sardinha”, a fazer valer a nossa opinião, do nosso grupo, da nossa comunidade, da nossa cidade e assim sucessivamente, se não tivermos o devido cuidado, a devida vigília, invarialvelmente caíremos nessa armadilha.

É preciso entender que a pior pessoa com a qual você vai ter de lidar, a pior pessoa que você vai ter que controlar e convencer, a mais difícil de todas: É VOCÊ!

Tenho a impressão que enquanto não investirmos tempo em nós mesmos, enquanto não soubermos quem somos e o que queremos, enquanto não aprendermos a controlar e a calar as nossas vontades, enquanto não aprendermos a fazer o que é necessário, enquanto nos faltar coragem, inclusive de perder, não seremos capazes de entender ou fazer democracia.

Então fica a dica, vamos fazer um trabalho de formiguinha, vamos vigiar, vamos exercitar o controle de nós mesmos, vamos calar a nossa vontade, vamos fazer o que é necessário, buscar coragem, experimentar, tentar, já não é mais possível passar pela vida sem ao menos se questionar e quem sabe aí consigamos nos próximos 2500 anos praticar a democracia?

Um comentário:

  1. Enquanto formos auto-sugestionados por uma sociedade hipócrita, não entenderemos o real significado de democracia.
    Devemos sair da área de conforto e, como vc diz, buscar coragem, experimentar, tentar!
    Muito legal, parabéns!

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