sábado, 4 de setembro de 2010

Filosofia da Ciência – Rubens Alves

"O Cientista virou um mito. E todo mito é perigoso, porque ele induz o comportamento e inibe o pensamento. Existe uma classe especializada em pensar de maneira correta (os cientistas), os outros indivíduos são liberados da obrigação de pensar e podem simplesmente fazer o que os cientistas mandam. Antes de mais nada é necessário acabar com o mito de que o cientista é uma pessoa que pensa melhor do que as outras. O senso comum e a ciência são expressões da mesma necessidade básica, a necessidade de compreender o mundo, a fim de viver melhor e sobreviver. E para aqueles que teriam a tendência de achar que o senso comum é inferior à ciência, eu só gostaria de lembrar que, por dezenas de milhares de anos, os homens sobreviveram sem coisa alguma que se assemelhasse à nossa ciência. A ciência, curiosamente, depois de cerca de 4 séculos, desde que ela surgiu com seus fundadores, está colocando sérias ameaças à nossa sobrevivência". (Rubem Alves - Filosofia da Ciência: introdução ao jogo e suas regras - Editora Brasiliense).

O texto nos remete a reflexões muito interessantes, primeiramente desperta para o fato de que nos acomodamos, esperando que alguém (mais esclarecido, no texto o cientista) nos diga o que fazer, o caminho a percorrer. Em segundo lugar concluímos que, apesar de certas limitações, podemos solucionar as nossas questões bastando que tenhamos interesse e vontade suficientes para tanto.
Acredito que estamos deixando de fazer a nossa parte com a desculpa de que existe gente mais qualificada e melhor preparada, precisamos pensar, buscar soluções, criar o hábito de se inquirir, de tentar, de experimentar para podermos chegar ao fim com a certeza do dever cumprido.

Ilha das Flores - Resenha

FURTADO, Jorge. Ilha das Flores: Documentário, experimental. 1989

O curta-metragem narra as peculiaridades de um local chamado Ilha das Flores, no Rio Grande do Sul e através destas acaba por fazer uma relação entre pessoas, porcos e tomates.
De linguagem irônica, contradiz as palavras do narrador com imagens que pretendem levar o espectador a uma reflexão acerca da veracidade de suas afirmações. O curta se desenvolve em um turbilhão de imagens e informações que se concatenam para o fim de nos fazer entender que, apesar de humanos, dotados de inteligência e liberdade, alguns de nós acabam relegados a uma condição sub-humana.

Na minha opinião é de extrema criatividade e consegue nos fazer refletir e questionar alguns valores arraigados a nossa sociedade e que, apesar de contar duas décadas, é extremamente atual.

 

http://www.portacurtas.com.br/pop_160.asp?Cod=647&Exib=2769