domingo, 3 de julho de 2011

Só eu posso...

"Não temos a menor chance de compreender todos os elementos que estão em ação na nossa vida. Temos que entregar os pontos. Precisamos confiar" (Joe Vitale citando Ihaleakala Hew Len in Limite Zero).

Quanta pretensão nossa, não?

Ás vezes perdemos tanto tempo procurando caminhos... Refletindo sobre a melhor escolha, buscando vorazmente uma resposta, agindo racionalmente como se esse fosse o caminho do sucesso...

Lêdo engano!

Não temos a menor capacidade de sabermos como e por quê as coisas acontecem em nossas vidas e olha, se vitimar também não vai adiantar...

É preciso confiar, cega e absolutamente que "Ele" sabe exatamente o que está fazendo e para quê está fazendo, restando-nos apenas continuar, um passo depois do outro, buscando melhorar e aperfeiçoar a única "coisa" que efetivamente podemos modificar: Nós mesmos!

Perdemos tempo, tempo precioso, tentando mudar o outro, melhorar o outro, erramos o alvo. Não posso modificar o outro, só posso modificar a mim mesma (e dá um trabalho...). O que eu não gosto no outro faz parte de mim, basta que eu me concentre em modificar a mim e o problema estará solucionado, mas quem disse que eu aceito? Continuo apontando o outro como o responsável... É mais fácil apontar o defeito alheio do que consertar os meus, não é assim? Tenho sempre solução para a vida dos outros, mas para a minha... Fico devendo!

É chegada a hora de olharmos para dentro de nós, eu preciso gostar de mim, consertar a mim, ou será que existe outro ser mais capacitado para isso?

Somos partes de um todo, tal qual uma gota d'água no oceano, assim, se eu me conserto, você se conserta e assim sucessivamente, em muito pouco tempo seremos o oceano mais bonito e agradável do planeta. Que lhe parece? Vamos começar?

sábado, 4 de setembro de 2010

Filosofia da Ciência – Rubens Alves

"O Cientista virou um mito. E todo mito é perigoso, porque ele induz o comportamento e inibe o pensamento. Existe uma classe especializada em pensar de maneira correta (os cientistas), os outros indivíduos são liberados da obrigação de pensar e podem simplesmente fazer o que os cientistas mandam. Antes de mais nada é necessário acabar com o mito de que o cientista é uma pessoa que pensa melhor do que as outras. O senso comum e a ciência são expressões da mesma necessidade básica, a necessidade de compreender o mundo, a fim de viver melhor e sobreviver. E para aqueles que teriam a tendência de achar que o senso comum é inferior à ciência, eu só gostaria de lembrar que, por dezenas de milhares de anos, os homens sobreviveram sem coisa alguma que se assemelhasse à nossa ciência. A ciência, curiosamente, depois de cerca de 4 séculos, desde que ela surgiu com seus fundadores, está colocando sérias ameaças à nossa sobrevivência". (Rubem Alves - Filosofia da Ciência: introdução ao jogo e suas regras - Editora Brasiliense).

O texto nos remete a reflexões muito interessantes, primeiramente desperta para o fato de que nos acomodamos, esperando que alguém (mais esclarecido, no texto o cientista) nos diga o que fazer, o caminho a percorrer. Em segundo lugar concluímos que, apesar de certas limitações, podemos solucionar as nossas questões bastando que tenhamos interesse e vontade suficientes para tanto.
Acredito que estamos deixando de fazer a nossa parte com a desculpa de que existe gente mais qualificada e melhor preparada, precisamos pensar, buscar soluções, criar o hábito de se inquirir, de tentar, de experimentar para podermos chegar ao fim com a certeza do dever cumprido.

Ilha das Flores - Resenha

FURTADO, Jorge. Ilha das Flores: Documentário, experimental. 1989

O curta-metragem narra as peculiaridades de um local chamado Ilha das Flores, no Rio Grande do Sul e através destas acaba por fazer uma relação entre pessoas, porcos e tomates.
De linguagem irônica, contradiz as palavras do narrador com imagens que pretendem levar o espectador a uma reflexão acerca da veracidade de suas afirmações. O curta se desenvolve em um turbilhão de imagens e informações que se concatenam para o fim de nos fazer entender que, apesar de humanos, dotados de inteligência e liberdade, alguns de nós acabam relegados a uma condição sub-humana.

Na minha opinião é de extrema criatividade e consegue nos fazer refletir e questionar alguns valores arraigados a nossa sociedade e que, apesar de contar duas décadas, é extremamente atual.

 

http://www.portacurtas.com.br/pop_160.asp?Cod=647&Exib=2769